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quarta-feira, julho 14, 2004

Queda de Mitos III

Este post não se refere exactamente a um mito mas mais a uma falta de informação, e quando vemos falta de informação no dicionário deve aparecer o mapa de Portugal.
Uma das maiores causas de morte e de degradação de qualidade de vida dos portugueses é o álcool, quando consumido em abuso, e relativamente a consumos Portugal bate recordes,(taxa de mortalidade portuguesa = 55 por 100 000).
"Em Portugal o alcoolismo crónico é a causa mais frequente de internamento em hospitais psiquiátricos" - D.Moura, In Terapêutica medicamentosa e suas bases farmacológicas.
O que a maioria da população desconhece é que um álcoolico crónico não pode deixar de beber de um momento para o outro. Primeiro que tudo é necessário definir o que é um álcoolico crónico: sujeito que consome regularmente álcool com um nível vísivel de adicção, este estado atinge-se após, aproximadamente, consumo exagerado de álcool durante 2 anos, oscilando este tempo conforme o metabolismo idiossincrático específico do índividuo.
Mas voltando ao tema principal do post, retirar um álcoolico crónico do seu meio e colocá-lo num espaço onde não tem acesso ao etanol que necessita pode ser provavelmente a sua sentença de morte, por exemplo, um álcoolico crónico que é preso pode morrer devido à privação de álcool. Razão? Tem basicamente a mesma explicação que anunciei no post das drogas, já que se formos pelo termo técnico de drogas o álcool também é uma delas.
O etanol funciona como um inibidor do sistema nervoso, logo o nosso organismo como é inteligente tenta compensar essa inibição vinda do exterior produzindo mais substâncias activadoras como a adrenalina, como o álcoolico crónico consome todos os dias álcool em quantidades razoáveis podem imaginar o desfalque que existe no metabolismo, sendo quase extinta a produção interna de substâncias inibidoras visto que essas são fornecidas pelo álcool.
Quando este tipo de índividuos é privado do etanol a adrenalina em excesso que está a ser produzida manifesta-se, e visto que o corpo tem de ter algum tempo de resposta para produzir substâncias inibidoras este período pode ser fatal. Uma hiperprodução de adrenalina provoca taquicardia entre outros sintomas, taquicardia que consiste no aumento do ritmo cardíaco, e esse aumento pode ser de tal ordem que é muito provável que provoque uma paragem cardíaca, que sem resposta imediata será a morte do índividuo. As paragens cardíacas tanto podem resultar de um ritmo cardíaco demasiado baixo como de uma hiperactividade muscular a nível cardíaco, todos os sistemas por mais perfeitos que sejam possuem os seus limites, e se o corpo humano é um sistema relativamente perfeito (para viver nas condições que vivemos), também é verdade que existem ínumeras maneiras de matar esse sistema, desde o mais pequeno pormenor à maior doença.