Morte
Eu não temo, nunca temi nem nunca temerei a morte, o que mais me perturba é pensar nela. Pensar na escuridão que precede o nosso último momento de visão. Sentir toda a vida a esvair-se do nosso corpo. Sentir o quão frágil e precária a nossa existência é. Pensar em tudo aquilo que fizémos, tudo o o que queriamos fazer. Compreender que os nossos sonhos não foram todos realizados. Lembrar-mo-nos que esta foi a única oportunidade de possuir consciência e de a tentar aproveitar. Entender que depois de fechar os olhos e lançado o último suspiro apenas temos a escuridão eterna, sem consciência alguma, sem sensibilidade sensorial, por outras palavras, estarmos mortos, inertes, debaixo de 7 palmos de terra à espera que voltemos à cadeia alimentar como fertilizante ou que sejamos um simples amontoado de cinza dentro de um "pote".
Tal como não nos lembramos de nada o que aconteceu antes de nascer, como é óbvio, também o pós-morte nos será desconhecido. O mundo continua, os laços familiares directos dissipam-se, e em 4 gerações o teu nome será apagado para sempre da memória de muitos, sendo apenas mais um número, um amontoado ordenado de letras num caderno, uma estatística, um simples e vulgar número precedido de tantos outros.
Dá que pensar não dá? O que andamos aqui a fazer? Porque concretizar, realizar, esforçar, trabalhar, estudar, amar, em resumo..porquê viver?
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