Para ninguém em especial
Em tempos remotos num simples segundo o diário das nossas vidas juntou-se na mesma linha, conciliando duas pessoas tão diferentes, nesse mesmo instante um simples olhar faria a diferença entre o banal e o platónico, um simples toque, um simples contacto por mais leve que fosse conseguia gerar todo um despoletar de emoções, prazeres e arrepios. E esse momento persegue-nos até ao nosso fim, tanto como uma recordação dos mais puros momentos da nossa frágil existência como algo que seria melhor talvez nunca ter acontecido, tão frágil como uma pena ao vento, sem rumo, deixando-se levar no prazer do momento, nem que o vento a dirigisse para o mais fundo dos abismos. E esse foi o destino, no entanto até o mais fundo dos abismos tem um limite, limite do qual não se é possível descer mais, e a partir desse exacto momento todas as tentativas de reacção por mais fracas que sejam servem para subir, para atingir o cume novamente, onde novamente podemos apanhar a brisa, o vento, o furacão que orienta as nossas vidas. No entanto a linha que foi escrita antes nunca será apagada ou sequer danificada, é mais uma linha escrita no nosso diário de bordo, nesta atribulada viagem.
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